sexta-feira, abril 10, 2009

Aníbal Almeida (1936 - 2002)‏

Inicio minha prometida série de perfis dos professores da FDUC com um texto sobre o Prof. Doutor Aníbal Almeida.

Eu nunca fui aluno do Professor Aníbal Almeida. Ele faleceu quatro anos antes de eu vir para Coimbra. No entanto, ele continua presente na vida dos estudantes da cadeira de Finanças Públicas da FDUC.

O Professor Doutor Aníbal José Monteiro Santos de Almeida nasceu na Covilhã, pequena cidade que hoje conta com cerca de 54 505 habitantes e está localizada na entrada da Serra da Estrela, a 14 de Março de 1936. Doutorou-se em Direito (área das ciências jurídico-económicas) aos 52 anos. No ano 2000 tornou-se professor catedrático. Durante o tempo em que lecionou na Universidade de Coimbra ocuppou-se das cadeiras de Economia Política, Finanças Públicas (salvo engano, ele foi o segundo responsável pela cadeira depois que ela foi regida por António Oliveira Salazar), Direito do Trabalho, Análise Económica, Direito Fiscal, Economia e Direito da Economia.

Além disso, ele exerceu diversos cargos: foi vice-presidente do Conselho Pedagógico da FDUC, presidente da Comissão de Gestão da FEUC, membro da Comissão Consultiva do Instituto de Alta Cultura para as Ciências Humanas e Sociais, e membro do Conselho Consultivo para as Ciências Humanas e Sociais do Instituto Nacional de Investigação Científica. Teve também uma distinção internacional: a Grã-Cruz da Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha.

Autor de livros como Prelúdio à Reconstrução da Economia Política, Sobre o Estado e o Poder, a Economia e a Política e Do "Oscilador de Samuelson" ao Espetáculo da "Propulsão", o Prof. Aníbal Almeida foi, sem a menor sombra de dúvida, um homem muito culto e com enorme conhecimento daquilo que fazia. Entretanto, não julgo que ser claro, directo e mesmo didático estivesse entre suas características. Seus estilo fortemente técnico, aliado ao uso frequente de expressões entre aspas e em itálico, além de um recurso a uma ironia ácida e pesada não saõ mesmo de molde a facilitar o entendimento da matéria. E isso parece que refletiu-se em suas aulas, sobre as quais alguns de seus antigos alunos não hesitam em confirmar o rigor que nelas aplicava, bem como aos exames (conta-se que, certa vez, o exame de Finanças Públicas consistia em elaborar o Orçamento de Estado de Portugal!). Não preciso dizer que o chumbo foi grande entre os alunos, nem que estes o temiam seriamente.

Mas isso não deve fazer-nos olvidar o erudito em Economia e Direito, com estudos interessantes sobre a racionalidade do Estado ou Governo como operador macroeconómico, nem mesmo em tê-lo em má conta.

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

se tivesses sido aluno dele saberias que "a faculdade não é para pretos mulheres deficientes nem brasileiros!
" fim de citaçao

9:38 da tarde  

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