quinta-feira, setembro 25, 2008

Na Tasca

Viva! Tragam mais vinho!
Sim! Hoje é dia de festa!
Quero muito fado. E nesta
Tasca, ninguém sozinho.

Sim, presunto também!
Aqui se bebe e se come.
Aqui a tristeza some,
Cá não faltam vinténs!

Contas? Impostos? Não!
Chega de obrigações!
Aqui só diversões:
Vinho, alegria e canção!

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quarta-feira, setembro 24, 2008

Pombos e Mais Pombos

Enchem-se, reúnem-se, e comem.
Comem, comem muito.
E invadem todos os lados,
Todos os sítios são seus.

Câmara, Santa Cruz, Sá da Bandeira,
São como que onipresentes.
Tal como os estudantes, vão e voltam,
Mas os pombos nunca abandonarão Coimbra.

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Setembro‏

Depois de longas e quentes jornadas
Opacas, a vida retorna normalmente
À tricana urbe.

Retorna, pois Coimbra é deveras viva.
Coimbra é a vida juvenil em solo velho e muros antigos.

Nas ruas sobem e descem trajados
E caloiros, num longo rito iniciático.
Cantam, dançam, gritam,
Pulam, descem, sobem
E terminam e repetem.
Quem disse quando vai terminar?

A que horas acaba?
Porque acabaria?
Quem disse que deve acabar?
O quê deve acabar?

Em Coimbra a vida só está novamente a re-começar .

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segunda-feira, setembro 22, 2008

Chuva em Coimbra

Panteão Nacional com meio metro de água
Fortes trovões e chuva forte provocaram, ontem à tarde, dezenas de inundações em Coimbra, mas a situação mais complicada foi vivida na Igreja de S. Cruz, Panteão Nacional, situada na Praça 8 de Maio. Lama, pedras da calçada e muitos detritos atingiram meio metro dentro do templo. Noutro local, na Avenida Gouveia Monteiro, que dá acesso aos Hospitais da Universidade de Coimbra, o tráfego fez-se por entre brita e água. Também alguns pisos daquele hospital foram afectados pela água.
Tudo começou pelas 15.00. De repente, toda a cidade ficou envolta num manto de nevoeiro e caiu uma bátega de água durante quase uma hora. Face aos pedidos de socorro, foram accionados os serviços de Protecção Civil Municipal. Na Igreja de Santa Cruz, já com a missa das 18.30 cancelada, o padre Anselmo Gaspar estava inconsolável. O caudal de água era tal que chegou até ao altar. Às 19.00, ainda a mangueira dos bombeiros jorrava água para limpar paredes, chão e bancos da igreja.
Essa história do Diário de Notícias eu soube ontem mesmo, mas não por testemunho directo, apesar de estar em Coimbra. Soube pelo Jornal da Noite da SIC. Eu estava em casa na hora do temporal e vi que a chuva foi, de facto, muito pesada. Fiquei impressionado com o estrago que fez na Praça do Comércio, na Praça 8 de Março e proximidades. A Igreja da Santa Cruz, uma das maravilhas da cidade e onde está enterrado ninguém menos do que D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, foi dos edifícios mais afectados, sendo necessário suspender a missa das 18h de ontem. Mas também me surpreendi com a rapidez com que tudo foi arrumado. Hoje à tarde passei pela Praça 8 de Março para ir ao supermercado e não si viam grandes sinais da tempestade.
O comércio também foi bastante afectado, muitos comerciantes tiveram prejuízos.
Já se aponta a debilidade do sistema de escoamento de Coimbra. não percebo muito dessas coisas, mas parece que tal tem fundamento. A Aulédia, brincando e comparando com os Açores, diz que em Coimbra bastam cair 3 gotas para tudo inundar. De qualquer forma, causou preocupação uma tempestade curta que provocou uma inundação de 50 centímetros numa das maiores cidades portuguesas.

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domingo, setembro 21, 2008

Dizem que a vida de Manuel Bandeira é a história de seus livros. Sem querer comparar-me ao famoso poeta pernambucano, minha vida em Coimbra são os meus estudos. Mais exactamente, meus estudos e leituras.

Como um académico da tricana Universidade, não deixo de apreciar uma boa noite, bebida e diversões. Mas já fui bem mais chegado às essa vida, nomeadamente em meus tempos de Salamanca e até mesmo o ano passado. Mas o tempo passa e muda as pessoas. Se já adorei beber 10 cervejas numa noite, hoje não suporto a idéia de sair para beber à borla. Prefiro mesmo uma boa conversa num bar, regada a uns fininhos (chopinhos), ou mesmo uns copos de vinho (embora cá só tenha bebido vinho em casa) e pronto. Não ligo mais para farras pesadas, pelo menos por aqui não ligo.

Talvez isso se dê porque estou crescendo, e começo a pensar mais em outras coisas mais importantes do que farras. Talvez concorra aí o facto de que torno-me cada vez mais religioso, e esse estilo de vida é conflitante com a vida cristã. É uma coia interessante, sobre a qual tenho pensado a respeito, e que não se esgota no que cá escrevi.

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sexta-feira, setembro 19, 2008

Doutrinação Vermelha em Portugal‏

O nº 228 da revista Sábado (para variar, comento as notícias com atraso) trouxe uma interesatísima reportagem sobre como os livros escolares de História portugueses ocultam os massacres comunistas, promovem o anti-americanismo e condenam o capitalismo. Não consigo deixar de ver aí um interessante paralelo com a reportagem "Prontos para o Século XIX", que a revista Veja publicou, salvo me engano, no mês passado no Brasil.
A matéria de Sábado, assinada por Maria Henrique Espada, atesta que vários manuais utilizados por estudantes do 9º e 12º anos, concernentes à História do Século XX e que receberam aprovação governamental para serem comercializados, "contêm exemplos de catequização ideológica de extrema-esquerda evidente". Algo aceitável em cursos de formação/doutrinação de partidos como o PCP são vendidos como educação histórica.
A reportagem foca-se em apenas 9 exemplos escolhidos à esmo entre várias obras. Comentarei aqui 6 deles, e ficará claro o crime que se comete contra os estudantes e a educação portuguesa em geral:
1) De acordo com Caminhos da História, 12º ano, vol.I, Ed. ASA, independentemente do que se pense sobre o comunismo, a economia dos países socialistas era muito desenvolvida, a agricultura era bastante produtiva, racional, e a industrialização planificada evitou a superprodução. Bem, quem quer que conheça a realidade sabe que nesses países existia uma subprodução crónica de vários bens essenciais, subprodução ainda existente nos países socialistas remanescentes. A penúria é a regra do socialismo;
2) O mesmo livro, em seu vol. III, faz uma pesada condenação aos EUA, considerando-os uma superpotência imperialista, arrogante e unilateralista que têm reforçado estas características a partir de 1990, numa escalada de apropriação da geopolítica global. A realidade, entretanto, é que a influência norte-americana na economia mundial é, de forma geral, benéfica a muitos países, mesmo onde o anti-americanismo é forte. Além disso, em relação ao "assustador arsenal de alta tecnologia", é preciso lembrar de que não se trata de um monopólio ianque: a Rússia e a China, países muitas vezes hostis aos EUA, também o possuem, além de outros;
3) Em pelo menos 3 livros, o ditador chinês Mao Tsé-Tung é mostrado de uma forma bem diferente da real. Não como um déspota genocida ou o responsável pelo empobrecimento de um país que já poderia ser uma potncia mundial há tempos, mas como um "reformador social" que revigorou a economia chinesa, criou comunas poulares sociais auto-suficientes e era entusiasticamente apoiado pela juventude. Tudo isso com relativamente poucas ou mesmo nenhuma vítima. O facto é que o maoísmo matou cerca de 60 milhões de chineses (O Livro Negro do Comunismo), uma cifra reconhecida mesmo pelo PC chinês. Sobre isso, o especialista em política internacional Miguel Monjardino diz que "a fome levou os chineses ao canibalismo, havia bebés vendidos para serem cozidos - Mao foi o grande engenheiro da morte, foi quem, com Estaline, mais pessoas matou no século XX";
4) O livro Novo Clube de História, da Porto Editora, em sua parte 2, dedica-se a louvar o regime de Fidel Castro, apresentando-o como uma revolução originariamente democrática e que passou a ser socialista somente após o bloqueio norte-americano . As dificuldades daí advindas, segundo o manual, não impediram que o regime do "dirigente cubano" alcançasse bons resultados na saúde, na educação e na agricultura. A realidade, no entanto, diz que essa é a imagem clássica da propaganda castrista, que a educação e a saúde do país não sofreram melhoras significativas desde a Revolução, que a agricultura cubana é arcaica e ineficaz, e que Fidel é um ditador, e não um "dirigente";
5) O presidente chileno Salvador Allende preparava a instauração de um regime socialista em seus país, mas acabou por suicidar-se ante o golpe de 11 de setembro de 1973, que instituiu o regime de Pinochet. Entretanto, segundo o manual Caminhos da História, 12º ano, vol.I, Ed. ASA, ele foi um democrata assassinado durante o ataque da Força Aérea à sede do governo chileno;
6) Portugal e a UE também conhecem deturpações. A presidência portuguesa da UE é apresentada como muito bem sucedida, que reforçou as relações UE/África, bem como entre os Estados membros, além de promover um maior respeito aos direitos humanos no continente africano. A verdade é que o Tratado de Lisboa está emperrado e há várias divergncias entre os Estados membros. Além disso, o Sudão foi acusado de prática de genocídio e a situação do Zimbábue degradou-se bastante.
Como se vê, a situação é séria. Muitos jovens portugueses estão recebendo doutrinação comunista em sala de aula ao invés de instrução de qualidade, cultura sadia. É assim que pretendem assegurar o futuro da nação portuguesa, com mentiras e perversões ideológicas? É essa a "educação" escolar oferecida pelo governo José Sócrates? Tudo isso mostra que é prudente desconfiar seriamente da educação histórica escolar portuguesa.

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quarta-feira, setembro 03, 2008

Já é quarta-feira, dia 3 de setembro, e o movimento não voltou plenamente à cidade. Coimbra antes hibernava; hoje adormece. Creio que menos do que a metade dos estudantes e habitantes da cidade já regressou. Isso talvez deva-se ao novo sistema de matrículas, que separa por dias os alunos de cada ano, bem como permite matrículas até o dia 12. A Aulédia, a açoriana que mora no mesmo apartamento que eu, só volta no dia 11.
Bem, veremos. Acorda, Coimbra!

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